quinta-feira, 19 de julho de 2012

Cenas de um Casamento, Bergman, revisto depois de 30 anos

Vi em duas sessões Cenas de um Casamento do Bergman na versão feita para a TV. Feito em 1973, auge da ditadura no Brasil. Acho que vi no final dos anos 70 ou início dos 80, não me lembro. Era a discussão das relações afetivas no auge do interesse dos jovens casais como eu.

Estava com receio de ver e me decepcionar, ou ainda que me levasse para lembranças dolorosas, ou ainda de achar velho demais para o momento.

Nada disso. Foi muito bom ver de novo. E ver como este cineasta era avançado para a época e os dias de hoje. As questões colocadas neste filme me mostraram que algumas delas são de caráter universal e não necessariamente ligadas a uma sociedade ou cultura. Suécia, padrões econômicos e culturais elevados e mesmo assim, ali estavam os nossos problemas, de homens e mulheres e sua vida como casal e envolvimento familiar.

O casamento, um estado específico de relacionamento a dois instável cheio de defeitos e acomodações. O filme traz cenas impagáveis, como a mulher que se consulta e conta que fez um pacto com o marido para separarem-se só quando os filhos crescessem mesmo sabendo que  não havia amor no casamento. Liv Ullman expressa em cada olhar uma interiorização de  seus sentimentos. E ela como personagem que aposta em seu casamento "com gosto de maçã mordida como diz Cazuza". Genial. E a solução encontrada no final, do relacionamento possível é muito bonito, a cumplicidade, amizade e intimidade que não se perde mesmo com eles vivendo outros casamentos. Vale a pena assistir esta versão.

Este filme me deixou feliz de ver de maneira mais aberta, como se um mundo se abrisse sem o pré conceito de um caminho linear.

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