segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Rio de Janeiro uma deriva pelo centro , julho de 2012

Estive no Rio entre o dia 21 e 30 de julho, fiquei na Tijuca como sempre, na casa de Álvaro e Liliam que sempre me recebem muito bem. Já convivo no bairro com certa intimidade. Gosto das ruas arborizadas que tem até macaquinhos pulando entre as árvores. Ando até o metrô Saens Peña e de lá me desloco para o centro para as praias e para os museus.

Havia realizado um roteiro em fevereiro e como sempre ficou uma lista pendente de visitas. Voltei agora com o objetivo de retomar e concluí-las.

Mais uma vez ficaram pendências. Uma cidade não se esgota. Principalmente quando ela foi a Capital do Império e da República até pouco tempo atrás. Gosto do Rio como se fosse também a minha casa. Nos faz falta olhar para o céu e ver uma montanha logo ali, uma floresta subindo o Alto da Boa Vista. Por onde se anda há uma relação com a paisagem, geográfica ou histórica ou as duas ao mesmo tempo.





Dessa vez me perdi pelo centro no entorno da Praça XV, no Paço Imperial, fui ver a praça de dia, andar fotografar. Descobri o Arco do Teles e as ruas guardadas por ele. Conheci a Rua do Ouvidor sob outro ângulo. Já a conhecia do lado de lá da Avenida 1o de março. Descobri porque desse nome, foi o dia em que o Brasil ganhou a Guerra do Paraguai.

Andava intrigada por conhecer a velha Catedral da Sé, pois, só sabia da nova que causara grande polêmica na época de sua construção. Infelizmente ela estava fechada e só pude vê-la por fora mas conheci um beco com o nome do Beco dos Barbeiros, nome muito peculiar. A história cotidiana de diversas épocas está registrada nestes pequenos detalhes.

Fui ao Palácio Tiradentes e entrei nele pela primeira vez. Me dei conta que ali aconteceu a Constituinte de 1946, de que ali ficou preso Tiradentes. Não é somente o atual edifício da Assembléia Legislativa do Rio, vi o plenário principal e lembrei da cena do filme Tropa de Elite.

Descobri o chamado  Cais Farô que na verdade era um chafariz do mestre Valentim, onde o mar chegava perto. Cada vez mais me convenço da necessidade da derrubada do viaduto em frente à Praça XV.

A baía vai se descortinar e os edifícios de vários momentos da história do Brasil poderão ser vistos com o enquadramento que eles merecem, como o Museu Histórico Nacional, cujo acervo é como se estivéssemos vendo a matriz daquilo que somos feito e da configuração da nossa nacionalidade. Esta é uma das escalas do projeto como diz o Professor Cláudio Gomes. Não necessariamente dimensional mas, do lugar, de sua gente, de sua cultura. Há muito que dizer ainda mas, voltarei para este texto mais tarde.

Na Rua do Ouvidor conheci uma preciosidade do Rio uma livraria chamada Folha Seca especializada nas coisas do Rio, a Rua se transforma quando a noite cai tomada pelas mesas dos bares e é um prazer conversar ao ar livre no meio da rua próximo à livraria. Aos sábados a música completa este quadro e invade o lugar com samba e chorinhos como se o Brasil inteiro coubesse ali. Não fui no sábado mas certamente voltarei, uma cidade não se esgota.

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