quarta-feira, 27 de junho de 2012

Louco por ti Corinthians!!!!!!

Carta de um torcedor indignado, apaixonado e fiel, 
que para meu orgulho é o Luiz Roque, meu filho:

          "Quem me conhece sabe o quanto eu gosto de futebol. Sempre fui corinthiano roxo, quanto tinha 10 anos de idade meu pai me levou em 11 das 13 derrotas seguidas que o Corinthians teve no Pacaembu após às quedas das Libertadores de 99 e 2000. Antes disso eu já tinha visto no estádio o Corinthians ser campeão brasileiro, vi momentos incríveis do Corinthians na TV, o Mundial, a virada em cima do Santos no Paulistão 2001, enfim, o timaço daquele período de 98 a 2000.

Mas foram aquelas 11 derrotas seguidas no Pacaembu que deixaram essa marca em mim... Ir, todo domingo, ver o Corinthians perder... e no domingo seguinte voltar e ver novamente... e no outro sucessivamente... E ver a Fiel torcida lá, cantando emocionada por aquele time. Isso mexeu comigo. Tanto é que minha relação com o Corinthians sempre foi muito mais pela torcida que por títulos ou por grandes jogadores.

Sou sócio da Gaviões desde 2003, sempre frequentei o batuque da torcida, sempre fui no estádio de arquibancada, sempre exaltei mais a força da nossa camisa, da nossa história, da nossa torcida, do que de nossos craques. Sempre tive orgulho de torcer pro time do povo, dos pobres, dos trabalhadores, fundado por trabalhadores humildes e sonhadores.

Além do Corinthians, o futebol sempre foi uma paixão, apesar disso, e do clichê das crianças do Brasil, nunca tive vontade de ser jogador de futebol, gosto de jogar bola só de brincadeira, o que me empolga mesmo é a arquibancada, a torcida, o suor de quem canta e não de quem joga. Por isso assim que entrei na faculdade a primeira coisa que procurei foi a torcida organizada do meu curso, entrei na bateria e me divirto muito.

Mas ainda sim, sempre tive admiração pelo belo futebol, por isso também desde pequeno sempre admirei um time que tem a tradição de jogar bonito, de dar show, o Barcelona F.C., criei uma relação com o Barça porque na mesma época que comecei a me envolver com o Corinthians, o Rivaldo era o craque do momento na seleção, em 99 ele foi o melhor do mundo na Copa de 98, ele foi um dos craques, e jogava no Barça.

Um pouco antes minha mãe havia viajado à Espanha e me trouxe uma camisa do Rivaldo, um estojo de lata que tenho até hoje com o time do Barça, e um pouco depois no ano 2000 na Eurocopa realizada na Holanda, minha mãe também estava lá e me trouxe uma camisa da Holanda.

Na época o Barça era recheado de holandeses, sempre foi uma tradição no Barça os craques holandeses, aliás foi de lá que veio a filosofia do futebol bonito e ofensivo do Barça, com Rinus Michels, Cruyff, os irmãos De Boer, Overmars, Kluivert, e etc. Mas tirando isso, a paixão mesmo sempre foi pela torcida, que diga-se de passagem a do Barça é das mais belas da Europa.

Mas naquele mesmo momento entre 99 e 2000 outro time se destacava no certame, o argentino Boca Jrs que a história dispensa apresentações, time de craques como Maradona, Verón, Batistuta, Riquelme, Tévez e etc. O Boca na época ganhou várias Libertadores em sequência e o que ficou mais na memória foi sua torcida, famosa e temida por ser fanática e fazer muito barulho em seu estádio, La Bombonera.

Estádio famosíssimo por parecer uma caixa de bombons e ser muito apertado, próximo do campo e íngreme. Fiquei fascinado com aquela torcida, a mais famosa de seu país, assim com a minha no meu, não é a toa que somos a única torcida do Brasil com nome próprio, enquanto todas as outras são as torcidas do time tal, nós somos simplesmente a Fiel. Desde aquele momento sonhei em conhecer a Bombonera, e isso juntou-se ao sonho da conquista da Libertadores pelo meu time. Desde aquela época nós Corinthianos sofremos por não termos conquistado ainda a Libertadores e o Boca sempre no fundo desse imaginário, o time mais temido da América, mais tradicional na competição.

Em 2005 minha irmã estava fazendo intercâmbio em Montevidéu e o Corinthians contratou o craque do Boca, Carlitos Tévez. Esse deu show no Timão, enfiou 7a1 no Santos, foi campeão brasileiro. No fim do ano fomos visitar minha irmã em Montevidéu e obviamente fomos a Buenos Aires ali pertinho. Ao andar com a camisa número 10 do Corinthians eu era saudado tanto no Uruguai como na Argentina, todos diziam, Vai Corinthians, Vai Carlitos.

E naquela viagem eu finalmente realizei o começo do meu sonho, conhecer a Bombonera, entrei na arquibancada, pisei no campo, tirei fotos, enfim, conheci numa visitação o charmosíssimo estádio. Depois o sonho de uma Libertadores só aumentou, e o Corinthians passou por mais algumas decepções, e até o pior momento de sua história, o rebaixamento à segunda divisão. Em todos esses momentos, essas derrotas eu estava lá. Quando perdeu para o River Plate em 2006, na fatídica noite da violência no Pacaembu, trago marcas desse jogo até hoje, no rebaixamento em 2007 eu estava em todos os jogos no Pacaembu, e na recuperação do time, na modernização o Corinthians.

Eu vi o projeto Ronaldo, vi o título paulista invicto em 2009 com golaços do fenômeno, vi a copa do Brasil com aquele timaço de Mano Menezes com Elias, Douglas, Ronaldo, Dentinho, André Santos, Cristian e etc. E vi também a nova decepção na Libertadores de 2010 frente ao Flamengo. Mas vi de novo o Corinthians levantar, e o mestre Tite levar o time ao nosso quinto título brasileiro, num jogo final contra nosso maior rival que nem ouso citar, no mesmo dia em que morreu um de nossos maiores ídolos, o grande Dr. Sócrates, que lutou pela Democracia no Brasil.

Aí depois de um time que não tem craques, que o forte é o coletivo, chegou a final da Libertadores contra o time do craque Neymar, foi decidido o adversário do Timão na nossa primeira final de Libertadores. E o adversário era o Boca Jrs. Desde aquele momento não consegui mais me concentrar em nada. Só pensava nesse jogo e em realizar plenamente meu sonho de infância. Assistir a uma final de Libertadores do meu time, contra o Boca Jrs, na Bombonera. E mais ainda, ser campeão.

Eu tentei desesperadamente conseguir o ingresso para o jogo na Argentina, mas foi impossível por diversos motivos, como a corrupção daqueles que tinham o poder sobre os ingressos, mas deixemos isso pra lá. O que importa é que o Corinthians chegou até aqui, eu não vou conseguir dessa vez realizar esse sonho, mas uma parte desse sonho ainda é possível, e é a parte mais importante, o título.

Faltam ainda dois jogos, mas estamos no caminho certo pela primeira vez. Temos a chance real desse título. E para a finalíssima no Pacaembu, para esse jogo, na minha segunda casa, onde eu sempre acompanhei essa camisa, onde sempre fui Fiel, eu fui pela minha assiduidade contemplado e tenho meu ingresso. Eu vou nessa final, pode ser que não sejamos campeões, nosso amor continuará igual, aumentará até, e continuaremos acreditando, pois sempre existirá o ano que vem. E o meu sonho de ver esse jogo na Bombonera, ficará pra mais tarde. Eu te amo Corinthians! Jogai por nós!"

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